Óbitos masculinos por agressão no Brasil de 2011 a 2020

Autores

  • Cátia Suley Palmeira
  • Caroline Leal Gonçalves Bahia
  • Larissa Luna Quaresma Guerra
  • Guilherme Almeida Moral Campos

Palavras-chave:

Homens, Mortalidade, Homicídio, Agressão

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil dos óbitos masculinos por homicídio/agressão no Brasil entre os anos de 2011 a 2020. Método: Estudo ecológico descritivo, utilizando dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A população do estudo foi constituída por óbitos em homens com idade ≥ 15 anos causados por agressão. As variáveis (unidade da federação, macrorregião, faixa etária, raça/cor, estado civil, escolaridade e local de ocorrência) foram analisadas pela estatística descrita. Resultados: Entre 2011 e 2020 foram registrados no Brasil 474.635 óbitos masculinos por agressão. A região Nordeste teve a maior frequência de óbitos (41,9%), com a Bahia sendo a mais afetada (26,3%). A principal categoria de agressão foi "disparo por arma de fogo" (81,4%). Jovens entre 20 e 29 anos representaram a faixa etária mais atingida (39,1%), assim como solteiros (73,2%), de cor/raça parda (65,2%) e com quatro a sete anos de estudo (35,6%). Conclusão: A mortalidade masculina se apresenta como grave problema de saúde, principalmente entre os mais jovens, solteiros, pardos, com baixa escolaridade, que são vitimados em sua maioria por armas de fogo. Estas mortes ocorrem mais na região onde as condições socioeconômicas e escolaridade são mais precárias.

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Publicado

2023-10-31

Como Citar

Palmeira, C. S., Bahia, C. L. G., Guerra, L. L. Q., & Campos, G. A. M. (2023). Óbitos masculinos por agressão no Brasil de 2011 a 2020. REVISA, 12(4), 886–898. Recuperado de https://rdcsa.emnuvens.com.br/revista/article/view/124

Edição

Seção

Artigo Original